BAR CALDEIRA – Uma verdadeira história da boemia manauara
Que Manaus já é considerado um dos maiores centros gastronômicos e boêmios do país, isso não é mais mistério para ninguém. Mas se engana quem pensa que essa fama vem de pouco tempo. A burguesia da época de ouro da cidade traz uma gama bares e botecos que compõem um rico cenário boêmio que vem […]
Que Manaus já é considerado um dos maiores centros gastronômicos e boêmios do país, isso não é mais mistério para ninguém. Mas se engana quem pensa que essa fama vem de pouco tempo. A burguesia da época de ouro da cidade traz uma gama bares e botecos que compõem um rico cenário boêmio que vem desde a década de 50. Dentro deste cenário, se destaca até os dias atuais o já consagrado e tradicional Bar CALDEIRA. Um boteco que coleciona histórias. Frequentado por intelectuais e personalidades de Manaus e do Brasil, o espaço se chamava anteriormente Mercearia Nossa Senhora dos Milagres, e foi fundado em 1963 por uma família de imigrantes portugueses.
A HISTÓRIA POR TRAS DO NOME
O famoso nome CALDEIRA foi apadrinhado após uma grande tragédia: Em 14 de janeiro de 1970, a explosão de uma das caldeiras da Santa Casa de Misericórdia matou duas pessoas e feriu outras 15. “Desde então, as pessoas começaram a se referir ao estabelecimento como ‘aquele perto de onde explodiu’ a caldeira”, conta o atual administrador, Carbajal Gomes. O apelido acabou se tornando o nome oficial do bar. A data do acidente também passou a ser aquela em que se comemora a inauguração do estabelecimento.
A VISITA DO POETA
O Bar Caldeira é um lugar de encontro de muitas personalidades políticas, membros da alta sociedade manauara, jovens acadêmicos de faculdades e dramaturgos que compõem diversas obras importantíssimas da nossa literatura nacional.
Em 1974, o bar foi visitado por Vinicius de Moraes. Segundo relatos dos frequentadores mais antigos, ele teria bebido e cantado com os presentes. Um bilhete escrito de próprio punho pelo poeta atesta “Declaro, proclamo e assino que […] estive no ‘Caldeira’, na boa e carinhosa companhia dos maiores boêmios de Manaus. E adorei.”
Além de Vinicius, outros nomes como Jair Rodrigues, Jamelão e Luiz Caldas também passaram pelo Caldeira.
Tradicionalmente restrito a clientes antigos, o Caldeira vive uma fase de abertura com shows de samba, pagode e música amazonense, além de tributos a nomes como Noel Rosa, Cartola e o próprio Vinicius de Moraes.
É TRADIÇÃO NO CARNAVAL!
O Caldeira também tem tradição no carnaval manauara. O bloco do Caldeira dá o tom saudosista ao carnaval de rua de nossa cidade. O bloco, que era restrito aos frequentadores, e era realizado desde 1973, tomou proporções de carnaval de rua e há alguns anos reúne uma multidão na frente da sua sede, na rua José Clemente.
O PONTO DE ENCONTRO FUNCIONA SEMPRE
O Bar Caldeira está localizado na Rua José Clemente, 237, Centro, esquina com a rua Lobo D’Almada, e funciona de segunda a domingo, sempre a partir das 10 da manhã. Servindo sempre cerveja gelada, drinks e tira-gostos tradicionais da casa.
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