Museu do Homem do Norte celebra 40 Anos com imersão nos saberes e sabores da Amazônia

Em meio à exuberância da floresta e à complexidade das culturas amazônicas, o Museu do Homem do Norte, mantido pelo Governo do Amazonas, completa 40 anos de atividades nesta quinta-feira (13/03) com uma programação que convida o público a mergulhar nos ritos, sabores e modos de vida da região. Localizado no Centro Cultural dos Povos da Amazônia, no Distrito Industrial de Manaus, o espaço oferece uma experiência sensorial gratuita, das 9h às 15h, combinando degustações, narrativas indígenas e uma viagem pelo acervo de mais de 2 mil peças.

Uma Jornada pelos Rituais e Saberes Indígenas
A visita guiada pelo especialista em cultura indígena Miguel Lana é um dos destaques. Na Sala de Rituais, os participantes conhecerão cerimônias como o reahu (ritual Yanomami de despedida aos mortos), o rito da menina moça (celebração da primeira menstruação em comunidades indígenas) e a tucandeira, prática Sateré-Mawé que marca a transição da infância para a vida adulta. “Vamos explorar o significado de cada objeto, desde os cestos até os bancos de caciques, mostrando como eles se conectam à identidade dos povos”, explica Lana.

A experiência inclui ainda degustações de chás e tucupi — ingrediente essencial do tacacá —, conduzidas para aproximar o público da gastronomia tradicional. “O museu não é só sobre objetos, mas sobre pessoas. Queremos que todos sintam o cheiro, o sabor e a textura da cultura nortista”, afirma Aline Santana, diretora do departamento de gestão de museus da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa.

Acessibilidade e Memória Cinematográfica
As atividades sensoriais ganham reforço com a participação de Gilson Mauro, gerente da Biblioteca Braille, que promove inclusão por meio de recursos táteis e auditivos. O museu abriga ainda o Cine Silvino Santos, espaço que homenageia o pioneiro do cinema na Amazônia, exibindo obras como o documentário “No Paiz das Amazonas” (1921), marco na narrativa visual da região.

Um Acervo que Conta Histórias
Distribuído em quatro ambientes, o museu reúne desde artefatos cotidianos até peças cerimoniais, ilustrando a diversidade cultural de ribeirinhos, indígenas e urbanos. Com visitação média de 500 pessoas por mês, o espaço também realiza parcerias com escolas e grupos da terceira idade, ampliando seu alcance educativo. “Não somos um depósito de coisas antigas, mas um lugar vivo, onde a memória dialoga com o presente”, reforça Aline.

Como Participar
Instituições interessadas em agendar visitas em grupo podem entrar em contato pelo e-mail demus@cultura.am.gov.br. Para o público geral, a programação especial desta quinta-feira é uma oportunidade única de redescobrir a Amazônia através de seus próprios protagonistas — um convite para sentir, saborear e honrar 40 anos de preservação cultural.

Fotos: Arquivo/Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa